quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Lava-rápidos da Grande Florianópolis comemoram movimento por causa das cinzas do vulcão chileno



Os lava-rápidos da Grande Florianópolis comemoram os lucros por causa das cinzas do vulcão chileno Puyehue. Teve dono de lavação faturando o dobro com tanto carro coberto da poeira.

O lucro inesperado veio por causa de motoristas como o empresário Thiago Jacqus, que encontrou o seu Renault Clio preto completamente coberto por uma poeira branca, quando saiu de casa na quarta-feira. Apesar de ter lavado o carro na segunda, ele se viu obrigado a gastar mais uma vez para ter o carro brilhando no final de semana.

— Eu gosto de andar com o carro limpinho e lavo toda semana, né. Ele nunca tinha ficado assim — conta Thiago, que só ficou sabendo que as cinzas do vulcão estavam sobre a cidade depois do susto de encontrar o carro todo sujo.

— Pior que eu dormi com a janela aberta a noite toda, respirando isso — preocupa-se.

Prejuízo para Thiago, lucro para o empresário Victor Martins, dono de um lava-rápido na Carvoeira, que faturou R$ 450 em um dia que tinha tudo para ser ruim.

— Com chuva, às vezes a gente não tem nenhum carro. O faturamento costuma cair 20%. Se fosse um dia de sol, o normal seria faturar uns R$ 200, R$ 300 — diz Victor, que precisou de seis auxiliares, dois a mais do que o habitual, para atender a fila de carros para lavação. Segundo ele, todos, sem exceção, estavam lá por causa das cinzas do vulcão.

Fora do comum

Assim como Victor, o empresário Marcelo Gonzaga Valgas, que trabalha há dez anos no ramo, também comemorou um aumento expressivo no movimento em seu lava-rápido. Com o tempo bom, costuma lavar, em média, 25 carros. Na quarta-feira, só até a metade da tarde, foram 50 veículos.

— Já atendi três clientes que tinham lavado o carro aqui comigo na terça. De manhã, peguei um carro preto literalmente branco — conta Marcelo.

No Bairro Abraão, a situação também se repetiu para Rafael Campos Ferreira, que trabalha no lava-rápido do irmão. Faturou R$ 150 num dia chuvoso, que renderia, em média, R$ 60.

Sem descanso

Para o funcionário de um lava-rápido no Abraão, Thiago Gonçalves, quarta foi um dia mais cansativo do que o normal. Sem o colega de trabalho, que precisou faltar, Thiago ficou sozinho na lavação dos carros, que faziam fila para o atendimento. Na correria, lavou quase 20 em um dia que não chegaria a ter dez clientes. Foi um movimento de sexta-feira ensolarada.

— Nem deu pra almoçar direito. Não parei um minuto — conta ele.

Economia no cinzeiro

Enquanto aguardava na fila do lava-rápido para ser atendido, o aposentado Valmiré Pinho se preocupava com a quantidade de poeira que pode ser percebida nos carros.

— E a gente aspira esse ar pesado na atmosfera... Não deve fazer bem — avalia ele.

Na terça-feira, só tirou o carro da garagem durante a manhã, para um passeio de duas horas no Centro da Capital, mas foi o suficiente para ficar com o carro coberto de poeira.

— Lavo ele toda sexta-feira, mas vou ter que antecipar — conforma-se.

O comerciante César Antônio está na mesma situação. Lavou o carro na terça-feira, mas precisou deixá-lo fora da garagem do fim da tarde até a meia noite. Nem desconfiava que a estranha cerração que pairava sobre a cidade vinha de um vulcão. Na manhã seguinte, descobriu que o carro estava todo sujo. Agora, vai pagar pelo prejuízo.

— Fazer o que, né? Não é culpa de ninguém.

Sem poeira

Quem quer proteger o carro da poeira deve investir em uma cera de melhor qualidade. A dica é unanimidade entre os funcionários dos lava-rápidos. Eles explicam que uma boa cera evita que o pó grude na superfície do carro, além de proteger a pintura e deixar a cor mais brilhante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário